quinta-feira, 28 de abril de 2011

Minha velhice


A lei é falha. A justiça é lenta. O prejuízo à um filho é imperdoável. Querer atingir alguém, que não lhe ama mais, através do filho, é hipocrisia e ignorância. Mas ainda assim, eu acredito que tudo tem um propósito. Nem sempre o que aqui se faz, aqui se paga. Mas num futuro próximo eu sei, lá no fundo de minha alma, que essa pessoa que tanto mal faz a um ser que ele próprio gerou...ainda vai sofrer. Vai sofrer a solidão e depressão pelo mal que ele próprio causou. Pois, esses filhos...abandonados e prejudicados...jamais o verão com o melhor que a vida pode oferecer...que é simplesmente o mais verdadeiro e puro sentimento, perante pais e filhos...jamais sentirão vindos de um filho prejudicado...que é o amor. Em algum momento de sua vida, estará travado em uma cama, estará sozinho num quarto, num asilo abandonado, sem o amor de minha filha. Mas também sei, que eu sou mulher que batalha. Eu sou mulher que ama o que gerou. Sou um ser, dotado de capacidade de vencer as batalhas que a vida impõe. E essa, eu também vencerei. Por que quando a minha velhice chegar, eu terei o amor e carinho de minha filha, a pessoa mais importante da minha vida. Eu verei minha filha se formando na faculdade. Sendo também, vencedora como eu. Poderei ter o prazer imenso, de carregar no colo, segurar em meus braços, os meus netos. O outro lado...não. Eu te amo filha. Eu te amo mais do que a mim mesma. É incondicional. É mágico e inexplicável. Obrigada Deus e Universo, obrigada vida, por ter me permitido a dádiva de ser mãe da Carolina. Obrigada filha, por ter me escolhido para ser sua mãe e lhe ajudar em sua caminhada nessa vida. Eu tenho um orgulho imenso de dizer que EU sou sua mãe. Que cada célula de teu corpo, que cada luz de seu espírito, foi dentro de mim que se iniciou. Obrigada Deus, por eu ter o privilégio de sentir o amor. Te amo menina.

Juli

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Coelho

Algumas pessoas ainda me perguntam, por quais motivos eu continuo alimentando a fantasia infantil, de que um coelho existe na Páscoa, e ele é o responsável pelo sorriso da criança, hoje com sete anos de idade. Eu me pergunto que obstáculo e adversidades, possam existir em alimentar tal fantasia. Não encontro uma resposta negativa. Como pude ler num e-mail sobre alguns pensamentos e frases que um dia recebi, a infância de nossas crianças, é uma só. Por isso, sigo fazendo da criança, apenas uma criança.
- Mamãe, como faço para pedir ao coelhinho da Páscoa me trazer o ovo dos “Enrolados”?
- É simples, filha, fale a qualquer momento em tom firme. Fale ao nada. Assim: “Coelhinho da Páscoa eu quero o ovo tal.” E seu pedido será feito. Com certeza, ele tem alguma maneira de saber exatamente que ovo você quer ganhar.
- Tá bom mamãe. Ô coelhinhoooo...coelhinho da Páscoa? Eu quero o ovo do filme “Enrolados”.
- Isso mesmo meu amor, garanto que seu pedido será atendido. Pode ficar tranqüila.
Alguns dias se passaram. E a mídia mais uma vez, vencera com sua propaganda puramente comercial. Foi quando recebi um telefonema no trabalho. Era minha filha.
- Mamãe, o ovo dos “Enrolados” está cancelado.
Naquele momento, pensei que talvez por algum defeito de brinde, estaria havendo um recall ou qualquer coisa do tipo. Fiquei intrigada.
- Como assim filha? O que houve?
- Eu quero o ovo do I-Carly – disse-me com toda alegria contagiante.
- Existe esse ovo filha?
- Sim, mamãe acabou de passar na televisão.
I-Carly é um programa com episódios que duram cerca de meia hora. Conhecemos o programa pela Nick, mas hoje podemos ver também na Globo. Trata-se de um gênero de comédia. É realmente engraçado, divertido e que faz qualquer pessoa de 0 a 100 anos dar boas risadas. Tem um humor interessante.
- Então, filha... diga novamente ao coelhinho que quer esse ovo. Ainda temos tempo de mudar a opção. Com certeza, ele vai lhe atender, você é muito boazinha não é?
- Tá bom mãe.
E lá foi a mãe pesquisar no amigo Google, sobre o ovo do I-Carly. Exclusividade Lojas Americanas. E lá foi a mãe para uma filial. Além do ovo do I-Carly, fui acometida por um formigamento nas mãos que me forçara a agarrar o ovo do filme Rio, que tínhamos acabado de assistir no cinema, no fim de semana que se passara.
Sábado à noite temos um compromisso. Eu e minha filha. Precisamos arrumar a caminha do coelhinho, caso queira descansar, a cenoura para que se alimente, e a água para matar sua sede. Assim, ao acordarmos no domingo, a caminha estará desarrumada, a água pela metade e apenas um pedaço do que sobrou da cenoura. Com dois Ovos de Páscoa para a alegria plena da menina de sete anos. Pode ser que esta seja a última vez, que eu tenha este privilégio de fantasiar a existência de um coelho de Páscoa.
(Não entrei em detalhes de comércio e religião, pois não é o objetivo deste post)
Juli.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Carta

Receber uma carta. Eu não tenho nem idéia de quando recebi a última carta, daquelas que vem pelo correio. Logicamente, eu não me refiro às famosas contas que não se perdem pelo caminho. Nossa caixa de correio, se faz...como parada obrigatória. Dificilmente recebo também cartão de Natal, ou cartão Postal. Tudo isso vem pela internet. Ano passado recebi uma carta de uma amiga do trabalho. Perdeu seu tempo comigo. Pensou em mim, a cada palavra que escrevia. Tudo fora pensando em mim. A idéia de escrever uma carta para a Juli, a escolha de uma folha bem bonita para escrever, o pensamento no que colocaria no papel, os coraçõezinhos enfeitando meu nome, a finalização e desfecho da carta, e a entrega. Tudo isso, pensando em mim. Não digo que os e-mails carinhosos vindos de outros, não sejam imensamente gratificantes. Mas, aquela carta tem um valor especial. O carinho percorreu seu cérebro e atingiu seus dedos, que guiaram a escrita amorosa. Usou nervos e músculos mínimos para gastar energia com tal ato. A entrega fora fácil. Em mãos. Mas, pelo correio eu nunca mais recebi, desde a infância. Convites de aniversário e casamento, sim...chegam pelo correio. Mas, uma carta...demonstrando amor...não. Qualquer tipo de amor. As pessoas não fazem mais isso. Cada vez menos demonstram amor. Por que isso acontece? Chego a pensar que as pessoas devem achar que um e-mail é mais fácil, mais rápido...e pensam também que surtirá o mesmo efeito do que entregar uma carta de próprio punho. Pura preguiça. Os casais de namorados ainda possuem isso, creio eu. Devem trocar bilhetinhos amorosos. Ao menos no meu caso, eu sempre fiz isso. Quando namorava o pai de minha filha, o enchia de cartinhas. Quando estava interessada em alguém, fazia o mesmo. Quando era criança, mandava para meu pai. Não tenha preguiça. Não deixe a cólera e o tédio lhe tomarem parte. O ato de escrever ainda deve ser cultivado. É trabalhoso, porém gratificante para ambos os lados. Escolher o papel, formular a redação, executar o texto, dobrar o papel, escolher o envelope, fechar o envelope, e endereçar, são atitudes que requerem trabalho. Mas...é algo simples. Leve ao correio, poste. É barato, não custa um absurdo. Mas tem um efeito grandioso. O brilho no olhar de quem recebe uma carta repleta de carinho, é instantâneo e mágico. Espero ainda um dia...abrir a caixa do correio...e me deparar...com uma simples...carta.
Juli.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Menestrel mais uma vez

Em algum momento de nossas vidas, somos acometidos por determinada situação que nos faz cair em profunda tristeza, muitas vezes, até a depressão. Não faz muito tempo, meu coração fora dilacerado por uma foice que me fez sangrar tristeza até eu cair. Foi quando uma amiga me apresentou o texto abaixo. Hoje, me encontro em meio a dúvidas que deixam minha mente em funcionamento contínuo, tirando-me qualquer possibilidade de sono. Por isso, voltei a reler o texto. E apresento a vocês.

“O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança.
Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la… E que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos, se compreendemos que os amigos mudam… Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida, são tomadas de você muito depressa… por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve, e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens… Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Aprende que ninguém pode calcular a potência venenosa de uma palavra má num peito amante.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém… Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar...se não fosse o medo de tentar...”
William Shakespeare.


Juli Wood.