quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Marie Margareth Roth

Marie Margareth Roth. Mulher comum, com milhares de lembranças desde aquele ano que as almas se cruzaram. William Philippe Greene. Homem incomum, marcando lembranças na mente e memória de Marie. Ela, amorosa, cuidadosa e delicada. Ele, confuso, caridoso e frio ao amor. Marie, sinônimo de mulher delicada, meiga e sensível...mas com imagem de fortaleza. William, sinônimo de homem. Marie testara William há anos atrás. Com objetivo de colher resultados agora...anos depois. Na velhice, ele conferiria o desafio? Ou a deixaria até o último suspiro, em longa espera? 

Talvez um romance, talvez um drama. Um romance dramático. Como todos. Marie e William, estarão comigo por mais essa jornada. 

Juli.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A qualidade de amigo

Notáveis diferenças sentidas ao longo do passar da idade. Posso afirmar que na minha infância, eu pude saber exatamente o significado de se ter um amigo. Na fase infantil tive contatos com outras crianças, de diferentes classes sociais, etnias, escolaridades, famílias, mas que tinham o mesmo sendo comum: o de afeto, respeito, lealdade, proteção e muita confiança. Outros amigos eram meus pais, meu irmão e um amigo imaginário. A criança quando educada, desenvolvida sua índole e caráter, sempre possui seu ar de pureza transmitindo também, amor. Quase sempre. Algum amor puro, ao menos muito mais puro do que se pensam e sabem... os adultos.
Infelizmente, este senso se perde com o passar dos anos. Acredito que não deveria, não poderia ser assim, mas quanto mais adulto, mais e maiores são as decepções, os tombos, mais cansaços, mais aprendizados, mudança de valores e reais significados. As palavras amigo e/ou inimigo geralmente são empregadas de maneiras errôneas.
Não acredito, não vejo isso em pesquisas e aprofundamento na questão, que uma pessoa consiga ter no máximo dos máximos, com certa folga na matemática...20 amigos. Falemos amigos de verdade e reais. Amigos. Acredito sim, e pude constatar que as pessoas fielmente que não possuem mais do que meros conhecidos.
A qualidade de amigo é algo raro na sociedade, principalmente se tratando da atual. Conhecidos muitas vezes, trabalham no mesmo local, são vizinhos, é o médico, ou 280 pessoas da sua rede social de 300 amigos, até os inimigos podem ser apenas conhecidos. Você sabe lá. O que não significa estar lá realmente. A qualidade de amigo vai além. Não é apenas a rodinha de bar,  uma carona diária, ou conhecidos vampirescos que sugam toda sua energia positiva ou a última gota de felicidade. Amigo fala, critica construtivamente, dá bronca, cuida, muitas vezes deixando de fazer algo por ele mesmo, para fazer algo por você. Este não te ouve apenas, mas desprende o tempo necessário para você terminar seu desabafo todo e suas lágrimas. Amigo não dá um ombro para você chorar ou deitar a cabeça. Amigo dá os dois ombros, para que você abrace e deite no que escolher. Muito menos um amigo pensa no que você possui ou não possui, materialmente e monetariamente falando. Quando um amigo de verdade realiza uma conquista, te deixa realmente orgulhoso ou vice-versa. Não muda ser caráter, personalidade, carinho. Não é o carro novo, o apartamento novo, o tênis novo que deveria mudar uma pessoa. E ter isso, ou não ter, não significa de maneira alguma, ter autoridade de lhe desrespeitar. Nunca. Isso tudo é pequeno demais. Mentes pequenas, pessoas pequenas, falha lá na frente é resultado.
Um amigo nunca te pisa com objetivo de ferir-lhe, pode lhe machucar um dia sem intenção de tal e o perdão estará presente facilmente. Porque aquela criança sincera, ética, respeitosa, afetuosa, leal e de confiança...ainda existe.
Essa é a maior qualidade de amigo. Sê-lo. 

Juli.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Deixa pra lá

Um homem um dia apresentou um texto, elaborado por uma mulher inteligente com ideologia extremamente coerente. A mais pura realidade. Busquei lembrar e encontrar a autora, e também o próprio texto, no entanto não tive sucesso. O texto era mais voltado para o público feminino, onde a própria autora relatava que nós mulheres, muitas vezes usamos a expressão “deixa pra lá”. Talvez por medo, por estafa, até mesmo por já ter se machucado demais... no caso em questão...advindo de um homem, qualquer que fosse o motivo do “deixa pra lá”. Naquele dia que li o tal texto, logo pensei... “Nossa, eu sou assim também!” Então percebi que no meu caso, uso o “deixa pra lá”, quando já estou machucada o suficiente e não quero piorar a minha situação, ou quando já sei que a outra pessoa não se importa simplesmente com aquilo que me é importante, portanto...melhor...”deixar pra lá.” As pessoas não costumam medir o quanto machucam as outras, muito menos que algo pode ser de extrema importância para você, e que elas poderiam ter ao menos um mínimo de consideração sobre isso, mas quer saber? Deixa pra lá!Porque...de nada adiantaria para muitas pessoas, você explicar algo ao invés de usar o simples... “deixa pra lá”. Seria perda de tempo relatar o que incomoda, o que entristece, o que desconsola. Melhor mesmo é falar, escrever “deixa pra lá”, embora seja bem difícil, simplesmente com a maior facilidade do mundo, muitas vezes...deixar mesmo pra lá. E saber que tanto faz, que tudo bem. Que bom que existem pessoas assim. Eu só consigo perceber frieza nisso. Falta de interesse. Preocupação de verdade. Só consigo ver o outro lado... como nós somos tolerantes, com o descaso de quem nos machucou, com o que nos incomodou. Apático seria se importar com o outro, parece-me muitas vezes. Perda de tempo formular pensamento, discutir amigavelmente, com sinceridade, e esperar ajuda. Mais fácil, deixar pra lá. Muito mais fácil.O problema é que quanto mais “deixa pra lá” colecionamos, mais angústias, mais tristezas e desapontamentos sofremos. Sua existência, sua felicidade, sua vida, deixa de ter valor ao mundo, ao outro, quando utiliza um “deixa pra lá”. Ainda bem, que existem pessoas que não deixam pra lá. Aliás, que não deixam você deixar pra lá. E se interessam realmente por você, como um todo. Como um ser. Pena, que estão em extinção.Eu tinha muita coisa a falar para algumas pessoas, olhos nos olhos. Mas, tudo sempre me é falado por e-mail, telefonema, sms. Então, eu acabo deixando pra lá. Mas, não deveria. Como os valores mudam a cada dia que passa... melhor mesmo é agustiar-me...entristecer-me...desapontar-me...e mesmo assim... deixar pra lá.

Juli.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A visita

Inevitavelmente você a receberá um dia em sua morada. A estrada é longa, mais para uns do que para outros. Mas, não se pode, não se deve caminhar pensando na distância desta. O melhor é caminhar sabendo que ela chega, mas também que  vai embora. Visitas costumam ir-se. Lembro-me de quando fui visita sem querer. Não queria ir-me. Esta visita em questão, pode chegar a hora que quiser, no entanto, nem sempre vai embora quando ela mesma quer. Ela tem o tempo dela, a permanência é dela. Será? Se o tempo não existe, como é que se faz? Chega de manso, essa aí. Sem avisar. Chega vagarosamente. Com pré-aviso. Chega subitamente. Seja do tipo que ela quiser vir, ela não é de muitos avisos e amigos. Aos arriscados, me parece ser maior. Maior? Ela não tem tamanho. Tem intensidade. É mais, ou é menos. E não sei quem escolhe, se ela ou nós. Alguns possuem um poder indescritível de escolher que seja uma visita breve e serene. Alguns não. Pode-se tentar diminuí-la, parece que é coisa de todos. Sua permanência é constantemente questionada. E olha que quando essa está ou se vai, é mesmo como um felino, que marca território. Ela pode deixar marcas, do tipo machucado, do tipo lembrança. Desta visita, deste estado, pode ser que exista um polo positivo. Talvez, o aprendizado. Ah, de novo o tal aprendizado! O tal aprender! Aprender cansa também. Beira o insuportável, se o professor é essa mesma visita. Cada vez que se pode lembrar e rever o aprendido, pode ser que os olhos se fechem por instantes, clamando transborde. Marca eterniza. Força não. A cada vez visitados, é preciso saber como se faz a fortaleza própria. Não há alternativas. Ainda que algumas visitas possam ser agradecidas. Pois, por elas sabemos vivos. Talvez exista remédio para visita. Para combater um tipo de praga. Um abraço talvez. Um choro em desmanche. Um grito. Dormir. Mas, acho que para a dor... o melhor analgésico emocional...ainda se chama amor. 

Juli. 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A imposição do Facebook

Nesses dias me envolvi em dois diálogos, com pessoas diferentes, sobre a imposição do facebook. Ou o que a sociedade impôs como obrigatoriedade do facebook. Seus usos, seus abusos, o vazio, a quantidade de várias coisas que não servem para acrescentar absolutamente nada. Inclusive pessoas. Num desses diálogos, a pessoa se dizia preocupada com seu amanhã, pois precisará de certa ajuda de amigos, e estava antecipando um sofrimento. Havia medo do abandono de amigos, e que ela faria esta descoberta, através de seu problema. É... eu a entendo perfeitamente. Eu tenho passado por isso, na própria pele. E passarei por um tempo, até o final de todo o tratamento que preciso desenvolver. O medo dela, eu não tive. Ao contrário, usei do sofrimento como elemento de seleção. Verifiquei que existem pessoas que quando você cai... realmente lhe chutam a cabeça e ainda comemoram. E outras, que de onde menos se espera... te esticam a mão. Fiz disso uma experiência boa. Eu entendo, não sou egoísta, nem hipócrita para entender que pessoas têm suas vidas. Não estão preocupadas, exatamente com os 300 amigos que possuem em seus perfis de facebook. Estão vivendo. Estão por aí. E você percebe também, que nem te importa muito a vida delas. Afinal de contas, foi apenas alguém que você topou quando tinha 6 anos de idade e conviveu até os 16. Mas, foram convividos apenas aqueles 10 anos, e agora, na fase adulta... nem lhe reconhecem mais e vice-versa. Incomodei-me. De nada adianta, ter essa quantidade de pessoas, que nem me conhecem, vendo minhas frases, meus escritos, meus desenhos, minhas fotos... Aqueles 10 anos na infância não existem mais. Então, você pode sim decidir, quem fica na vida e quem vai. As pessoas tem medo mesmo, é dessa seleção. Tenho amigas que não vejo, há 10 anos quase... mas essas, eu sei que estão ali. Virtualmente, mas ali. Agora, ser virtual e nem estar ali... ah...isso eu não faço a menor questão. Dá para rir virtualmente. Dá para ir ao bar, longe um do outro, juntos, virtualmente. Dá para trabalhar longe, juntos, virtualmente. O que não dá é para sobrar, separados, virtualmente. Ficam os estimados. Os que levam suas vidas, seus dias, mas sabe-se ali. Então, num momento de realidade virtual, eu fiz a opção de não atender o que a sociedade facebookal, impõe. “Ah...não pode deletar, vai ficar chato.” Desagradável é ter pessoas, por ter pessoas, e na verdade nem tê-las. Desrespeitei essa lei, do pode ou não pode, imposta pela sociedade. E quem fica, fica porque eu realmente quero. E não porque sou imposta a isso. Porque eu sei exatamente, quando eu cair um pouquinho, quais mãos se esticarão para mim. E qual pé, me chutaria, caso ainda estivesse presente um tanto ausente, na virtualidade e na realidade de tato. Eu prefiro a mão que estica. Nessa, eu ganho amigos que já são amigos. E esses, são para sempre, enquanto quiserem assim. Não se force a tal. Não se imponha a tal. A sociedade é falha. As regras impostas são falhas. Enfeites pessoas são ridículos. Eu gosto de enfeite de sorrisos. Eu gosto de amigos. E gosto dos amigos, que não passam a mão na minha cabeça quando não mereço. E gosto desses mesmos amigos, rindo do meu mico. E gosto desses mesmos amigos, interagindo. Eu gosto de amigos-verdades.

 Juli.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Quanto você custa?

Ser humano. Custa caro ser um ser humano. Calcule o quanto você já usou em números, que dizem ser um valor monetário, durante toda a sua vida. Talvez muito. Não custa caro ser humano. Bastam alguns trocados de respeito, humildade, compreensão, solidariedade, outros e amor. Mas, ando vendo que para ser humano é preciso aprender a sê-lo. Mencionei em textos que deveria existir a Faculdade do Amor, mas começo agora... só agora...a pensar que deveria existir a Faculdade de Ser Humano,assim...como um todo. Em todos os módulos do curso, a matéria Conduta e Índole, deveria, ou melhor, deve ser cursada. Corpo docente muito bem capacitado, com doutorado em Bom Coração e Alma Iluminada. Infelizmente o próprio ser humano tornou-se mercadoria. A todo momento, pessoas descobrem que foram e/ou estão sendo usadas, para proveito carnal ou moral, nada mais do que para justamente, outras pessoas. Assim, como o objeto qualquer, que pode ser substituído, reposto ou quebrado e descartado, a todo e qualquer momento. Qual é o troco? Calcula-se que o troco e benefício do usuário, seja o proveito fácil e gratuito. É garantia de seu único e próprio bem estar. Mas eu ainda tenho esperança, que os usuários, um dia...saibam, aprendam na íntegra e realidade de fatos, qual é o poder e prazer em se conseguir, se conquistar, ter um sentimento. Ao menos um. E com esses...enfim...eu reafirmo justamente, como eu não devo ser, jamais.

Juli. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Tipos de Metrô - I

Quem me conhece, me conhece. Conhece também, o que um amigo chama de Cicatriz. Tadinho. O Cicatriz nasceu em 1993. Realmente ele já possui marcas do tempo, nem seriam tantas cicatrizes. O sol, a chuva, o vento, a natureza por si, fora dando a cor ao Cicatriz, ou melhor (ou pior), foram-na tirando do velho e sofrido carro. Porém, é engraçado como as pessoas gostam do Cica. Na verdade, sem ser modesta, é que ele me carrega e os amigos gostam de vê-lo chegar. Pode rir. Hoje eu estou de ótimo humor. Dos melhores. A dor diminuiu... Bem... tive que parar o Cicatriz no mecânico, antes de passar pela cirurgia. Ele também fora se cuidar. No entanto, como a dor ficou insuportável, beirando a loucura plena de uma louca escolada, o Cica acabou ficando por lá um pouco mais do que o previsto. Melhor para nós dois. Eu me recupero aqui, e ele lá. Mas, sabemos juntos. Passei a usar o metrô dias desses. Inda e vinda ao trabalho, e onde mais eu conseguisse seguir viagem. Interessantes são os tipos de metrôs que pude ver. Há um tempo eu não usava com certa frequência, para ir e vir. Apenas um vir, ou aquele dia. Usei a mais. Na minha faixa etária, digamos os balzaquianos (as), não pude ver quase nenhum que não estivesse com o aparelho celular (ou seja lá que tecnologias eu vi), movendo os dedos freneticamente. Quantas mensagens eram enviadas? Quantas estariam passando por ali e para onde iriam? Muita gente em comunicação. A que tipos de jogos eles estavam mantendo atenção? Dedilhar frenético. Rapazes e moças, em pé lendo. Incrível! Tem gente que ainda lê como eu! Livro de papel! Os famosos “pdf´s” salvam a gente. Faço uso deles. Mas, é assim mesmo... quem escreve tem que ter consciência que pode cair na rede. Mas, eu ainda prefiro os livros de papel. Não seria a hora de entrar no quesito natureza e sua preservação. Não para mim. Apenas digo que é um gosto. 
Realmente, a molecada vai estourar os tímpanos, antes de chegar aos 30. Vi só hoje, dois adolescentes de cabelos encaracolados, vários, vários caracóis totalmente descabelados, como se um fio tivesse levado cada um, um choque de 220. No início pensei... ”O que eles têm em mente?” Minutos depois a cada disfarce de olhar, eu repensei... “É isso mesmo... eles que aproveitem seus cabelos como querem... depois, serão como este na porta... aos 40, de terno, bem arrumado e bem cuidado, com postura intrigante, barba bem feita, e cabelo aparado de acordo, que esses jovens aproveitem os 15,16,17 como eu mesma aproveitei.” Criança bonita, japonês. Portador de Síndrome de Down. Os pensamentos todos me pareciam como os dedos frenéticos dos balzaquianos... não cessavam. Que poderia ser de ajuda a esse menino, na pesquisa científica que caminha sobre os tais cromossomos que nos tomam em mãos, nossas vidas?
Em meus devaneios e filosofia andarilha de metrô, numa estação qualquer, avistei um senhor entrar no vagão que eu estava, acompanhado de uma balzaquiana de cabelos amarelos. Eu tive uma surpresa. Eu o conhecia. Pude ler seus lábios de onde estava. Doía-lhe o corpo todo. Na mão esquerda, uma tala para casos como tendinites e ites afins. A moça escutava e sabe-se lá, o que falava... estava de costas e eu realmente não leio cabelos...ainda. Ele estava indo trabalhar. E expressões faciais de lamento lhe surgiam. Foi quando seus olhos foram de maneira imantada, de encontro aos meus. Eu consegui o que queria. Olhei com aquele olhar fraco. Aquele olhar "bobóide" que damos a alguém na paquera e desviamos. Segui os olhos para a porta. É... não fora boa escolha... nada tinha na porta... estávamos no túnel, pleno buraco escuro do nada, sabe-se o quê, lá fora...E eu não o estava paquerando. Voltei. Ele também. E eu olhava desta vez duramente. Insistentemente. Persistentemente. O melhor, ou pior naquele momento, é que aquele senhor fazia o mesmo. Era uma guerra de olhares. Quem desviasse perdia, certo? Parecia telepático.
E eu pensava... - De onde...de onde...de onde...de onde...mas que saco Juli, puxa o arquivo...de onde... – e absolutamente nada me vinha em mente. Mas eu sabia que sim. E ele idem. De onde eram aqueles olhos azuis, que como uma amiga sempre diz...dá para ver a alma...
Era isso!! Eu quase via a alma daquele senhor conhecido, e desconhecido então. Os cabelos completamente assumidos brancos, com caracóis como os jovens, apenas no pescoço, o restante... batido como os de 40. Minha altura. Ah saco! De onde? A guerra não terminava. A moça descera há minutos. Eu já não sabia mais... logo pensei, por aqui... Amigo do pai da minha filha? Seria o pior a ocorrer...Vamos Juli, pensa...repensa...memória de nada! Não, não era amigo do pai dela. Era algo bom. Mas...o que? Eu entreguei a bandeira. Olhei para a porta novamente. E ali, fiquei com os olhos fixos. Faltava grudá-los na porta. Triste fim. Olhei novamente para a direção de onde estava aquele senhor... e ele... como em todos os filmes... não estava lá. Só ouvi...
- Oi. 
Neste momento, me assustei. E olhei. Timidamente respondi... 
- Oi. 
- Eu devo estar pensando o mesmo. 
- Eu não consigo... - e fiz um gesto com a cabeça negativando.
- Nem eu. 
- É...isso acontece, eu acho - e ri, aquele risinho de boca fechada, apenas sorrindo. 
- Mas, sabe...eu dou aula, eu sou professor. 
- Nunca tive aula com o senhor, desculpe. 
 - E você...faz? 
- Eu desenho, senhor. 
- Eu escrevo – neste momento sim, o encarei novamente. 
- Legal. Muito legal. 
- Sim. Quem sabe você tenha lido? Mas, não esqueça que sou professor. 
- Não lembro mesmo senhor... pode ser. Mas, se nos conhecemos...porque seria? Eu poderia ter lido, mas o senhor não me saberia leitora. 
- É... muito bem. Você vai descer? Vai para o trabalho? 
- Quase, falta um pouco ainda. Qual seu nome? 
- Talvez seja apenas um caso daqueles que... só parece... 
- Pode ser tudo, qual seu nome? De onde é? 
- Vou descer aqui... 
- E ficaremos assim? A pensar quem é quem? De onde?  
- Vai ter que ser. Continue o que faz, mas gire, não deixe escondido o tesouro. 
- Como assim? Quem é você? Fala criatura... – me espantei, meus olhos deviam estar maiores que bolas de tênis. 
Ele sorriu e apenas se dirigiu para a porta. Ainda o olhava, sem fitá-lo. Pensava... O que teria sido aquilo? A voz gravada anunciou... era hora do desembarque...a porta abriu, aquele senhor me olhou novamente e disse: 
 - Tchau, Juli. 
Minha espinha foi capaz de congelar-me. Só pude fechar os olhos. E não pensar em mais nada. Eu o conheço, mas não faço ideia de quem seja. Eu esqueci.

Juli.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Etnia define inteligência? Eu não sabia!

Peguei-me pensando num assunto que até então, eu havia deixado de lado, para não causar talvez, murmurinhos e certa polêmica. No entanto, o assunto em si é mais do que propriamente causador de querela hipócrita. Nunca tive grandioso problema com o mesmo, pois sempre me aprofundei nos estudos, e fiz por merecer. Até hoje, tendo vida, continuo adepta do conhecimento e aprofundamentos de sabedoria já praticada. Poucos devem ser assim. Sede de estudo. Sim, eu bebo o estudar. Sou consumista ao extremo, na arte de conhecer e aprender. Mas, ao deparar-me com certas palavras vindas de um homem, intitulado juiz federal (RJ), mestre em Direito (UGF), especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor e escritor, caucasiano e de olhos azuis – maneira como ele mesmo se descreve – eu fico realmente achando que um pacato como tal, é tomado por pensamentos ignominiosos, puramente bestializados, de que os caucasianos (como ele faz questão de se apresentar), negros, índios, amarelos, e de qualquer etnia possível e imaginável, possuem inteligência diferenciada, de acordo com a concentração de melanina (pigmento que dá cor à pele)! Ah meu Sr.William D., vendedor de treininhos para concurseiros, por favor, faça uso de suas especialidades coerentemente. De que adianta um ser possuir tantos títulos, se é apenas um ser monetário, e acima de tudo, prepotente sem possuir capacidade inteligente de ser esse prepotente. No site do cidadão, vemos vendas, livros mais vendidos, cursos, apenas para concurseiros. Sinceramente? Não se houve falar nacionalmente, sobre sua existência. Como pode um Sr. Bam-Bam como W. D., dizer ser completamente adepto e favorável as tais cotas, para diversidades de etnias, com uma justificativa completa pela falta de coerência e abobada? Por favor, meu Sr. por favor...mantenha-se calado. É uma súplica! A prova da criação de pessoas burras e imbecis, do tipo idiotizadas, são as cotas a proteger etnias. Desde quando se mede potencial, inteligência, conhecimento, sabedoria pela concentração do pigmento de peles humanas? “Ah, sim, "os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível", conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso.” – disse W. Falso Mentiroso D. Este é um absurdo preconceito de quem lhe ensinou este argumento. Tenho amigos negros, inteligentes ao extremo, e que não precisam se sujeitar as tais cotas, nem sua defesa quanto ao EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes. Negros e brancos CARENTES podem e devem ter este tipo de ajuda. E as demais etnias carentes? Mas, ajudar uma pessoa a praticar preconceito consigo mesma, é ser um grande pilantra mafioso, enganador de burros idiotas. Veja que o Sr. mesmo separa “negros e carentes”. Negro é uma coisa, e carente é outra... você diz isso! Cota... Bom mesmo era na minha época, onde o cidadão passava no vestibular, pela sua competência. Independente se sua etnia fosse azul ou roxa. A questão não é etnia e nível social, a resolução principal para reverter esse quadro vergonhoso de educação brasileira, deve-se sim, ter início na pré-alfabetização, e mudar esse sistema fraco, de escolas públicas. A classe "mais pobre" tem o direito de obter o mesmo tipo de informação e educação, que "a classe média" de escola particular ou outrem. E chega de desculpas, querendo encobrir o governo que pensa em si, para que este país burro seja destaque internacional, pois todos seus alunos são maravilhosamente educados, prontos para serem admitidos em Harvard. Vamos tirar a lona de cima deste circo, e enxergar que ninguém está preocupado verdadeiramente com o ensino brasileiro. Querem destaque internacional, escondendo a mentira toda predominante, e criam cotas, de pura hipocrisia e preconceito. Mas, não conseguem tamanho destaque! Isso é como testar a minha inteligência, a minha cota. Se o Brasil tivesse um sistema de ensino digno, não seria preciso, COTAS. Ou seria? Testa-me assim! Diga-me, o Sr. Joaquim Barbosa, juiz de etnia negra, presidente do Supremo Tribunal Federal, precisou de cotas, para estar onde está e ser o que é?

Juli.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Descomplica!

A insônia é complicada, mas passível de ser descomplicada! O que se faz? Diverte-se com amigos, mesmo que por meio da virtualidade. O cansaço não te permite dirigir até um bar ou restaurante (fechados creio eu), sentar com estes e bater papo, horas a fio. Um estado de meia insônia. Sente o cansaço, mas não adormece. E se adormecer e cair no perigo das garras do despertar precoce...estará tudo perdido...o sono vai embora e você se sente momentaneamente descansado. Horas depois, você está um caco. 
Mas descomplica! Usa ela. Hoje usei a insônia. Já pensei em dois projetos e os transcrevi para o papel. Me diverti com as meninas virtualmente. Resolvi mesmo, definitivamente reativar o blog. Junto ao blog artístico. Fiz alguns planos para daqui a pouco! Ah querido sábado! O dia mais esperado! Sim...o dia em que vivo grudada o tempo todo, com o ser mais importante das galáxias todas. Minha filha. As crianças crescem num ritmo desenfreado. Outro dia, ela estava em meu peito, alimentando-se. No outro, engatinhando. Depois, aqueles dedinhos pequeninos... pegaram gosto aos lápis. E hoje, ela ainda é uma criança. Amanhã, uma mulher. Já escrevi uma vez, e repito. O que sente por um filho, não é amor. É um tipo de amor especial, e um outro sentimento que não se define em nome, apenas se sente. Bem... o jeito é comer, e deitar. E esperar que o sono venha. Que os sonhos venham. E que o sábado seja mais um melhor dia da minha vida. 

Juli. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Terrorista

- Mamãe, quando eu crescer eu vou ser terrorista. 
- Como assim Carol? O que você está falando? - indaguei a menina de 9 anos, para que eu pudesse entender o que ela estava querendo dizer. 
- Eu vou ser terrorista! 
- Terrorista? 
- É manhê! Terrorista! 
- Mas Carol... terrorista, é como aqueles homens que se matam e matam mais um monte de gente juntas...sabe mais ou menos, aquilo que te expliquei? - expliquei de maneira sútil à criança de 9 anos. 
- Ahhhh...tá...Mas, eu não quis dizer isso. Eu quis dizer terrorista, as pessoas que gostam de filmes de terror! 
- Ahhhh filha... Não chamam terroristas, não sei como chamam, mas vou ver para você. Mas, não são terroristas tá?
- Tá bom mamãe.
- Mas...me diz uma coisa meu amor...quantos filmes de terror você já assistiu, para achar que gosta tanto? 
- Nenhum. E nem vou ver. Só quando eu crescer, daqui uns dois anos. 

(Pensei...dois?)


Juli.

A planta


Artista

Hoje eu acordei mais artista. Tem óleo de linhaça percorrendo as veias. Pigmentos diversos na mente, dos mais coloridos. Mão de pincel. Godê na outra palma. O cavalete posto em seu lugar. De um erro se faz uma nuvem. A tela é o dia, até seu final, eu pincelo. Transformada em tudo o que é bom. Até dormir.

Juli.  

terça-feira, 5 de março de 2013

Cicatriz

Para um coração partido, existe cola ou costura? A cicatriz fica.
Quem fez uma cirurgia de um braço quebrado sabe...Dá pra consertar. Mas, a cicatriz do coração não é visível, como de um braço, ou parte externa do corpo. Porque será? -  penso eu...Acredito que o coração tanto físico, como o sentimental, sejam muito importantes, como pude ver nas aulas de ciências na infância...Mas, o sentimental...surgiu um pouco depois, a dor sentimental é uma coisa apenas sua, a alegria sentimental idem. Ninguém pode ver, só você pode sentir. Só você pode curar ou saborear. O tempo não cura uma dor de amor, de paixão, ele é só o tempo, que nos faz acostumar e fortalecer nosso equilíbrio. O médico não cura essa dor. O psicólogo te ajuda a pensar, mas não tira essa dor. Só você. E o conflito é tão grande, que por isso existe tamanha dificuldade, em levantar-se de uma queda, principalmente das quedas inesperadas que levamos pela vida. Mas, se não tivéssemos sentimentos, será que não seria pior? Não sentiríamos alegria, ao ver nosso nome, marcado numa poesia, de um amigo que mora longe, mas que pensou em você. E os corações puderam ficar próximos, por esse simples e importantíssimo ato. O de ser lembrado. Eu já nem sei mais, quantas cicatrizes eu tenho em cada joelho, por ter sido moleca na infância... eu nem sei mais, quantas cicatrizes eu tenho no coração, porque uma das únicas coisas que eu sei fazer na vida, é amar. 

Juli Wood