quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Carta

Receber uma carta. Eu não tenho nem idéia de quando recebi a última carta, daquelas que vem pelo correio. Logicamente, eu não me refiro às famosas contas que não se perdem pelo caminho. Nossa caixa de correio, se faz...como parada obrigatória. Dificilmente recebo também cartão de Natal, ou cartão Postal. Tudo isso vem pela internet. Ano passado recebi uma carta de uma amiga do trabalho. Perdeu seu tempo comigo. Pensou em mim, a cada palavra que escrevia. Tudo fora pensando em mim. A idéia de escrever uma carta para a Juli, a escolha de uma folha bem bonita para escrever, o pensamento no que colocaria no papel, os coraçõezinhos enfeitando meu nome, a finalização e desfecho da carta, e a entrega. Tudo isso, pensando em mim. Não digo que os e-mails carinhosos vindos de outros, não sejam imensamente gratificantes. Mas, aquela carta tem um valor especial. O carinho percorreu seu cérebro e atingiu seus dedos, que guiaram a escrita amorosa. Usou nervos e músculos mínimos para gastar energia com tal ato. A entrega fora fácil. Em mãos. Mas, pelo correio eu nunca mais recebi, desde a infância. Convites de aniversário e casamento, sim...chegam pelo correio. Mas, uma carta...demonstrando amor...não. Qualquer tipo de amor. As pessoas não fazem mais isso. Cada vez menos demonstram amor. Por que isso acontece? Chego a pensar que as pessoas devem achar que um e-mail é mais fácil, mais rápido...e pensam também que surtirá o mesmo efeito do que entregar uma carta de próprio punho. Pura preguiça. Os casais de namorados ainda possuem isso, creio eu. Devem trocar bilhetinhos amorosos. Ao menos no meu caso, eu sempre fiz isso. Quando namorava o pai de minha filha, o enchia de cartinhas. Quando estava interessada em alguém, fazia o mesmo. Quando era criança, mandava para meu pai. Não tenha preguiça. Não deixe a cólera e o tédio lhe tomarem parte. O ato de escrever ainda deve ser cultivado. É trabalhoso, porém gratificante para ambos os lados. Escolher o papel, formular a redação, executar o texto, dobrar o papel, escolher o envelope, fechar o envelope, e endereçar, são atitudes que requerem trabalho. Mas...é algo simples. Leve ao correio, poste. É barato, não custa um absurdo. Mas tem um efeito grandioso. O brilho no olhar de quem recebe uma carta repleta de carinho, é instantâneo e mágico. Espero ainda um dia...abrir a caixa do correio...e me deparar...com uma simples...carta.
Juli.

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