Percebe-se notável diferença presente nas crianças de hoje em dia...2011. Me deparei com uma vontade superior de jogar jogos eletrônicos neste fim de semana. Infelizmente, o corpo humano é ao mesmo tempo forte e frágil. Problemas de saúde me obrigaram a passar os dois dias de descanso...literalmente em descanso. Um tédio acometia minha filha. Outro tédio acometia a mãe da minha filha. Quando por poder de força maior, lancei ao ar um questionamento:
- Que tal, se a gente jogasse vídeo-game?
Ouvi como resposta um sim maravilhado. A empolgação tomou conta do tédio que nos acometia. Seguimos para a TV mais próxima, sem atrapalhar os demais presentes. Ligamos os fios, conectamos as pecinhas...e perguntei novamente...
- Que jogo você quer?
Fiquei parada com o olhar seguindo os olhos da menina. Por um instante, ficamos nessa posição. Olho no olho. Quando ouvi a resposta...
- Aquele proibido...aquele que pequenos não podem jogar. Aquele de gente grande.
GTA San Andreas, era o jogo a que ela se referia. Se é proibido ou não, eu até hoje, não consegui saber. Me parece que menores de 18 anos não poderiam jogar. É apenas uma indicação. No entanto, aquela menininha de dedos pequeninos...nem tinha alcançado os sete ainda. Errada fui eu, que por curiosidade uma vez coloquei o jogo...Não sabia o que era na ocasião, quando percebi que o personagem podia facilmente meter as mãos e arrancar sangue da cara de um policial. Tirei no mesmo momento. Me faltara informação. Mas, a criança gostou.
Logicamente, pedi que ela procurasse outro. Rapidamente escolheu Lego – Indiana Jones. Colocou no aparelho, e sozinha fez funcionar. Com seis anos de idade, eu não fazia isso. Era completamente dependente de alguém para ligar o vídeo-game.
Porque será que jogos assim acabam atraindo as crianças? Pelo simples fato de que seja algo errado, proibido para tal idade? Elas já gostam do que é proibido? Ou pelo fato de que sabem que bater num policial ou num cidadão seja errado e ali, no game, ela pode fazer isso (não podendo fazer na vida real)? Será que quem joga, fica realmente mais violento? Não sei. Mas sei, que ela não é a única criança a tomar gosto pelo que não pode. Sei que faz parte do crescimento humano.
Seguimos com Lego – Indiana Jones, a tarde toda. Descobrimos novos caminhos e novas fases. Ao se cansar - eu havia me ausentado para buscar um suco - ela simplesmente desligou o aparelho, ligou a TV no modo TV e apareceu na cozinha.
Ligar e desligar vídeo-game, mudar função da TV, escolher o jogo que quer, saber o jogo que não pode...aos seis anos de idade...me parecem ser...uma...Nova Era.
Juli.
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